Uma noite mal dormida: o corredor, a ladra de chicletes e aquele aeromoço

Bom. CHEGUEI!

Na verdade cheguei há alguns dias, mas acho que esse post ainda tá valendo, já que agora estou começando a me acostumar com a ideia de estar realmente em outro país. E. Uau. É. Ó. Sem palavras.

A entrevista na imigração foi bem longa  – compreensivelmente, considerando que são seis meses -, mas pelo menos aqui estou eu. Me perguntaram sobre dinheiro, sobre meus objetivos, minha família, meu namorado, minha carreira, a carreira do meu namorado e muito, MUITO mais. Quando cheguei no que será minha casa por algum tempo, eu simplesmente desmaiei na cama com um cansaço que eu nunca conseguiria imaginar. Mas não me julgue, eu tive meus motivos!

O principal não tinha mais de dois anos, cabelos castanhos, um nariz de bolinha adorável, mas um choro ardido que, sem brincadeira, tá ecoando nos meus ouvidos até agora! E eu juro que tentei ficar muito brava e lançar olhares nervosos, mas se eu estava me sentindo péssima depois de 12 horas num avião, eu imagino como a Fabianinha* deve ter se sentido. Nada, nada bem!

Pra quem nunca viajou de avião e está aí imaginando como isso deve ser, eu já adianto: é a mistura equilibrada e perfeita entre a sensação de provar um doce lindo, mas péssimo e fazer uma viagem na maior montanha russa do mundo – que fica a mais ou menos 11 mil metros de altura. E pra ter uma ideia, querido leitor… imagine-se sendo carregado/a por 5,5 mil jogadores de basquete empilhados, correndo umas 4 (vírgula alguma coisa) vezes mais do que uma ferrari.

Complicado, né? Imagina a quantidade de tênis… Enfim.
Pode ficar tranquila Fabi, eu entendo o seu lado; não vou te odiar, não para sempre. Depois de uma semana de sono bem dormido meu coração pode perdoar (quase) qualquer coisa.

Continuando o post: imagino que vocês devem estar se perguntando “mas Ligia, com um título desses, sua viagem deve ter sido radical!’ e eu digo “Não!”, mas fora os dois momentos de turbulência durante os quais eu achei que fosse morrer de medo (mas dormi largado, com direito a babinha moment e tudo mais), uma ou outra coisa diferente aconteceram sim e eu acabei aprendendo lições que eu vou levar pra vida:

  • Quem está no corredor manda na fileira

Afinal, se EU não quiser VOCÊ nunca vai poder ir ao banheiro. E

  • Não ofereça chiclete para pessoas ricas.

Por que além de ACEITAR, eles ainda vão ficar com a caixinha TODA. Afinal, o que são 4 reais pra quem não é mão de vaca, certo? Bom, EU SOU e fiquei bem triste. Você vê uma mocinha sem voz, tenta ser gentil e acaba tendo todos os chicletes cruelmente afanados – e o pior de tudo é que a droga dos chicletes nem ajudaram a menina a ficar melhor. Ai ai ai!

Mas no geral foi uma delícia sim. Apesar de sentir um enjôo chato no começo e mil vezes aquele gelo no estômago, acho que a proximidade com tanta gente desconhecida e diferente só aumentou ainda mais minha vontade de viajar ainda mais no futuro. Tenho certeza que muitos dos que estavam no avião eram aventureiros no coração e são essas pessoas que eu quero conhecer!

Lembro que enquanto o avião estava em taxi eu vi vários terrenos em verdes de tons diferentes, além de vários carrinhos minúsculos e construções bem diferentes que apareciam e desapareciam por entre uns fiapos de nuvem. Foi uma sensação grandiosa a de chegar em um lugar completamente diferente. Derramei uma ou duas lágrimas sem querer, de pura emoção. Aí depois eu fiquei puta por ter que andar por quase meia hora até o balcão de imigração, por ver uma russa (ou tcheca?) sem educação furando fila e armando barraco por passarem na frente dela – e então finalmente, depois de pegar as malas, eu saí pelo portão principal e pude finalmente suspirar aliviada.

Olá, terra da Rainha 😉
Me ajude a conseguir umas boas histórias pra contar, hein!

Agora, para compensar a #SelfieDesastrosa da vez, aqui está a foto de um arranjo bonito de flores:

Photo 17-04-15 17 51 40

Um beijo para todos!

*Fabianinha: Ela PRECISAVA de um nome, ok?

One thought on “Uma noite mal dormida: o corredor, a ladra de chicletes e aquele aeromoço

  1. A imigração do Reino Unida é uma das mais rígidas do mundo. Tem um programa, que eu não lembro o nome, mas lembro de ver minha irmã assitindo, que é só sobre pessoas se ferrando na imigração. Maior tenso isso. Felizmente as vezes que fui como brasileira fiquei pouco tempo, então não perguntaram muito. Dessa vez vou ir como portuguesa e te conto como foi.

    Vôos são sempre… complicados, de certa maneira. Lembro que quando era criança fui sozinha, com a aeromoça responsável por mim, e fiquei brincando com todos no avião, ai chegue no Brasil sem meu brinco. Pois é. Isso quando você não senta do lado de gente mal-educada e estúpida. Mas em geral é uma boa viagem, tem aqueles filmes clichês que a gente vê umas 20 vezes.

    Mas acho que eu matava a Fabianinha. Pelo menos com o olhar. É muito ruim isso, hahaha.

    Que bom que chegou bem! 😀
    Beijos,
    Taty

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