“Ligia, o único problema do mundo, a raiz de todos os outros, é o egoísmo.”
E foi com essa frase, numa noite de junho de 2013, que meu irmão fez minha vida virar de cabeça pra baixo. Eu sou – e muitos de vocês sabem isso -, a mais nova de quatro irmãos, sendo que as diferenças de idade entre eles e eu é de 12, 9 e 7 anos. Bastante coisa.
Eu fui praticamente criada entre adultos. Com excessão da minha prima, minha eu criança não tinha amiguinhos da escola que morassem por perto, nem a turminha da rua, o que me fez tomar gosto pela tranquilidade da minha introspecção, pelo silêncio dos meus próprios pensamentos e por tardes inteiras desenhando ou inventando histórias malucas que só eu conseguia entender. Comecei a ler “O Mundo de Sofia” muito cedo e aprendi com ela que a gente pode pensar nas coisas do nosso mundo e da nossa sociedade, que a gente pode mastigar tudo isso bem lentamente e chegar às nossas proprias conclusões.
“Por que nossa sociedade é tão desigual?”
“Por que eu não nasci rica?”
“Por que eu não tenho as chances que ele teve?”
Independente de cor, de amor, de dinheiro, a dor é a mesma; quando dói, dói de verdade e é isso que interessa.
As perguntas são infinitas, a confusão é imensa e a dor, as vezes, é também. E o mais engraçado? Todo mundo passa por isso. Perdendo um ente querido, um amigo próximo, o emprego ou simplesmente se afundando cada vez mais e mais em insegurança, em dúvidas e em confusão – todos, todos sem excessão passam ou já passaram por isso.
Independente de cor, de amor, de dinheiro, a dor é a mesma; quando dói, dói de verdade e é isso que interessa. Somos todos humanos, ligados única e simplesmente por nossos sentimentos, por ciclos de dores e alegrias que se repetem ao longo da vida – e além disso, somos ligados por palavras. Pela habilidade de se comunicar, de dar apoio, de oferecer ajuda – e em troca, de receber apoio, ser ajudado.
E talvez você esteja aí pensando “ah, é mesmo, é verdade”.
Se estiver, que ótimo! Mas você demonstrou isso? Você viu sua mãe sozinha cozinha e disse “tudo bem mãe?”, você encontrou aquele colega de trabalho na copa e tentou lhe dar um sorriso? Aquela garota no ônibus, desenhando algo fantástico, você conseguiu dizer “nossa, bom trabalho”? E quanto ao seu filho, jogando no quarto? Já tentou entender o jogo, entender seus hobbies?
Eu fiquei chocada quando eu percebi como é fácil se comunicar. Como é fácil dizer “oi, tudo bom?” pra alguém com quem você não conversa muito ou como é gostoso quando você elogia algo bem feito e nota quão feliz o artista ficou.
Minha sugestão pra esse final de semana que está chegando é justamente essa. Tente mostrar interesse pelas pessoas que você ama; não economize elogios quando você acha certo; ninguém fica, como alguns dizem “mais caros” ao serem apreciados, ficamos apenas mais felizes.
E Felicidade, amor, gentileza, ficam mais gostosos quando a gente entrega um pedacinho na mão de cada um.
Então tenha um bom dia, se curta bastante, curta aqueles que estão à sua volta e – espera! Já te disseram o quanto você tá sensacional hoje?
❤ Beijos!
Ahhh, eu fico um tempo sem ver e aparece post novo e eu perco! 😦
Isso é puramente verdade minha flor. Sabe, minhas melhores conversas são as que eu chamo de ‘conversa de ônibus’. É irônico o fato de que aquela frase tão clichê muitas vezes seja verdade: “Gentileza gera gentileza”. Muitas vezes em dias que estava mais para baixo, a pessoa ao meu lado, esperando também o ônibus, começa a conversar de algo. E ai ela consegue sentar e se oferece para segurar sua mochila com chumbo dentro. Tudo porque você respondeu ela com um boa noite.
Uma coisa que eu vejo e é verdade, se as pessoas compartilhassem mais sua alegria com o mundo, nosso mundo seria mais feliz. Pergunte sobre o livro que a pessoa ao seu lado está lendo. Ela vai adorar contar a você o universo mágico que está ali dentro.
E é isso ai gatenha. Temos que ser felizes e lutar por nossa felicidade!
Amo você ❤
;*
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Eeeeeeeeeeee! Post novo!!! 😀
“Siguinti”, eu já ia fazer uma reclamação pro SAC deste blog, que vicia a gente nas leituras e depois nos abandona ao relento blogal, sem posts novos para saciar nossas necessidades de leitura!
Mas eu perdôo, fazê uquê… ‘Dorei o post! Arrasou como sempre!
Não sei exatamente por que, mas me veio agora à cabeça que talvez você gostasse de um livro que eu li quando era teenager: “A Língua Absolvida”, de Elias Canetti. O autor SÓ ganhou um Nobel de Literatura, então acho que ele escreve bemzinho. Se algum dia tiver a chance de ler, acho que vai se identificar com algumas passagens da história, como eu me identifiquei.
Nhaim, é issuuu…
Saudades ❤
Beijos!
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